segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O INTÉRPRETE EDUCACIONAL: PRÁTICAS DISCURSIVAS EM DIFERENTES ÁREAS DE CONHECIMENTO


O INTÉRPRETE EDUCACIONAL: PRÁTICAS DISCURSIVAS EM DIFERENTES ÁREAS DE CONHECIMENTO

Lara Ferreira dos Santos
Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
Eixo Temático: Discurso e tradução/interpretação de/para a língua de sinais

RESUMO
 O profissional Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais (TILS) vem se mostrando presente nas pesquisas e práticas de educação inclusiva recentes, pois trata-se de uma figura fundamental para a participação do sujeito surdo no espaço escolar. A legislação atual (Brasil, 2005; Brasil, 2010) assegura seus diretos e define suas funções e papéis, porém a complexa história desse profissional ainda influencia suas práticas, especialmente se tratando do Intérprete Educacional (IE). Esta denominação marca a identidade do intérprete que está envolvido, além do processo tradutório, nas práticas educacionais e que, devido a isso, constitui habilidades específicas a serem desenvolvidas nesse espaço. Com base na teoria enunciativo-discursiva (Bakhtin/Volochinóv, 2009) assume-se o processo de tradução/interpretação como prática de construção de sentidos; tal prática em sala de aula torna-se mais intrincada, pois o trabalho com a linguagem envolve escolhas por parte do IE, bem como participação no processo de ensino e aprendizagem. Para além da tarefa de transposição de uma língua à outra, a atuação do IE abarca a construção de enunciados que garantam a completude de sentidos presentes na mensagem enunciada pelo outro, respeitando-se os conteúdos e gêneros discursivos em questão, além de abranger diversas áreas de conhecimento. Esta pesquisa objetivou, portanto, analisar a atuação do IE no espaço educacional e as repercussões das diversas áreas de conhecimento no ato tradutório. Como objetivos específicos foram analisadas algumas das demandas das áreas de conhecimento na atuação do intérprete (ciências exatas, humanas e biológicas). A pesquisa foi realizada em uma escola municipal de ensino fundamental (segunda etapa), com um programa de educação bilíngue para surdos, em um município de grande porte do interior do estado de São Paulo. Foram realizadas vídeo-gravações durante o segundo semestre de 2011, durante algumas aulas das disciplinas de História, Matemática e Educação Física, cujas salas contavam com a presença de Intérpretes Educacionais. Trechos de interesse das vídeo-gravações foram selecionados e trazidos para as análises. O desenvolvimento da pesquisa, de cunho qualitativo, assim como as discussões e análises, estão amparados nos pressupostos da perspectiva enunciativo-discursiva, proposta por Bakhtin/Volochinóv (2009), que oferece a possibilidade de compreensão da relação dialógica vivenciada pelo IE e das práticas discursivas nas quais este profissional está imerso, e também na literatura da área de linguística e tradução (SOBRAL, 2008; SOBRAL, 2010; LODI e ALMEIDA, 2010). Os resultados apontam para a necessidade, além do conhecimento de saberes específicos das áreas educacionais, de parceria com o professor, percepção aguçada e traquejo, de forma a traduzir/interpretar os enunciados de forma clara e fornecer o acesso ao conhecimento para o aluno surdo. As análises indicam que alguns recursos utilizados pelo profissional IE mostram-se favoráveis à sua atuação, como o uso da lousa, preparação antecipada de vídeos traduzidos das aulas e a adaptação de alguns sinais em determinados contextos, contribuindo para uma interpretação mais fidedigna e honesta. Palavras-chave:
Intérprete Educacional; Língua Brasileira de Sinais; Tradução português- Libras.


Texto completo disponível em: http://www.congressotils.com.br/anais/tils2012_discurso_santos.pdf

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