segunda-feira, 12 de março de 2012

IV Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Escpeial - 2011

IDENTIDADE SURDA: QUESTÕES LEVANTADAS PELOS PROFISSIONAIS SURDOS DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

CRISTIANE CORREIA TAVEIRA, PUC-RIO
MÔNICA ASTUTO LOPES MARTINS, UNIMEP-SP
LAURA JANE MESSIAS BELÉM, UNIMEP-SP

Resumo
A motivação desta pesquisa vincula-se ao processo de implantação de lei que corrobora o acesso à educação bilingue por alunos surdos. A legislação de reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), regulamentada no Decreto-lei nº 5.626 de 22/12/2005, respalda a atuação do profissional surdo e este profissional foi sujeito da pesquisa. A construção da identidade surda como processo social discursivo faz parte desta pesquisa etnográfica (ARRUTI, 2006; MAGNANI, 2003) pautada na análise das argumentações de 33 profissionais surdos que atuam nas escolas municipais do Rio de Janeiro. Realizaram-se contrastes argumentativos sobre a surdez como deficiência e a surdez como processo cultural (CANGUILHEM, 2007; SKLIAR 1997, 1998; STOLCKE, 1991). A coleta de dados correspodeu a dois instrumentos de pesquisa: expressão livre de ideias em língua portuguesa escrita e debate coletivo, em língua de sinais, filmado. Os enunciados dos profissionais surdos suscitaram a criação de quatro categorias de análise: territórios, línguas, classificações e desiguladades. Essas categorias forjadas socio-historicamente se entrecruzam na construção da identidade surda. Os aspectos destacados nas análises são subsídios importantes ao acompanhamento das políticas públicas implementadas. Trata-se de um debate que emerge quando se parte do texto da lei para o trabalho prático de sua aplicação e que vem complexificar tanto a reflexão acadêmica quanto a reflexão política sobre o tema.
Palavras-chave: profissional surdo; cultura; identidade.

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