quarta-feira, 12 de setembro de 2012

11ª JORNADA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

Trabalho apresentado em:
11ª JORNADA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL Faculdade de Filosofia e Ciências - UNESP/Marília 11 a 13 de setembro de 2012
 
Título: Instrutor Surdo: Reflexões sobre as práticas de ensino da língua brasileira de sinais
Autoras: Karen Santos Lopes
Cristina Broglia de Feitosa Lacerda
Financiamento: FAPESP

Justificativa:


O presente estudo objetiva
analisar as estratégias utilizadas por instrutores surdos para o ensino de
Libras em um espaço educacional bilíngue, cujas propostas visam o respeito às
singularidades dos alunos surdos e configuram um espaço de construção de ideias
mais igualitário.

Método:
Os sujeitos deste estudo serão dois instrutores surdos que atuam na
rede municipal de Campinas em etapas diferentes de ensino, um no ensino fundamental e o outro
no ensino infantil. Diante da singularidade dos
sujeitos de pesquisa optou-se por uma entrevista semiestruturada individual. As
entrevistas foram gravadas em áudio e vídeo para que os depoimentos
apresentados em LIBRAS fossem posteriormente analisados

Resultados e Discussões:

A necessidade de um profissional que atendesse às demandas do ensino das línguas de sinais é recente; somente na ultima década, passou-se a discutir quem seria o profissional adequado para atuar neste ensino. Autoras como Caporalli e Lacerda (2001) alertam para a importância desse profissional nos processos de desenvolvimento da criança surda. A sua atuação dentro do espaço escolar propicia também a oportunidade das crianças surdas interagirem com a figura de um surdo adulto, favorecendo uma experiência positiva sobre a construção de suas identidades. No entanto sabemos que para esse processo ser efetivo, não basta apenas a contratação desse profissional, há a necessidade que ele tenha uma boa qualificação e atento às questões educacionais.
Diante dos dados iniciais desse estudo pode-se verificar que o instrutor surdo é um profissional cuja responsabilidade esta intimamente ligada aos processos de desenvolvimento e aquisição de linguagem da criança Surda. Na educação Infantil isso se torna ainda mais evidente, exigindo que as práticas sejam contextualizadas, lúdicas e levem a criança a compreender o uso e as funções de sua língua materna, a Libras. No Ensino Fundamental, observa-se como o instrutor surdo passa a ser referencia na construção da identidade por parte do jovem surdo, neste caso práticas que permitam maior dialogia e interação entre os próprios alunos, podem propiciar um meio efetivo para a construção de ideias fazendo uso da própria língua, se tornando um momento importante de aprendizagem.

Conclusão:
A educação de alunos surdos tem sido foco das recentes discussões acerca da inclusão escolar, especialmente no que se refere às metodologias empregadas no ensino desses sujeitos. Sob tal aspecto torna-se relevante aprofundar os estudos sobre o ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para alunos surdos, considerando que esta tem se mostrado eficaz na comunicação e educação destes alunos e a escassez de trabalhos relacionados a essa temática. Nesse sentido o presente estudo se destaca por analisar as estratégias utilizadas por instrutores surdos em diferentes níveis de ensino propiciando uma maior reflexão sobre as praticas que melhor se adequem a necessidade de cada educando. Espera-se, a partir do conhecimento e reflexão dessas práticas, que possamos contribuir para ações futuras de formação e atuação desses profissionais.

Referências:

BAKTHIN, M – Marxismo e Filosofia da Linguagem. 3ª ed. São Paulo: Hucitec, 1986. .
COLE,M & SCRIBNER,S.”Introdução”.In: VYGOTSKY,L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,1984.
LACERDA, C.B.F de; CAPORALLI, S.A. O papel do instrutor surdo no ensino de língua de sinais para a comunidade surda e familiares usuários da clínica de Fonoaudiologia da UNIMEP: focalizando as questões metodológicas. Relatório final de pesquisa, FAP/ UNIMEP, 2001.

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